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Mulheres fazem a diferença nas engenharias

Apesar de ser cada vez mais difícil relacionar profissões a um determinado gênero, algumas áreas ainda estão longe da igualdade entre homens e mulheres. É o caso das engenharias, onde a presença masculina ainda é muito maior, conforme as estatísticas do Conselho Federal de Engenharias e Agronomia (Confea). Dentre os 824.636 registros de engenheiros com graduação que constam no Conselho, apenas 18,2% pertencem a mulheres. No Conselho Regional da categoria no Pará (Crea/PA), a proporção é um pouco maior: 23% dos registros são de mulheres engenheiras. Os números são de março deste ano.

Contudo, nas indústrias da cadeia produtiva do alumínio no Pará, as mulheres têm provado cada vez mais que a engenharia não é coisa só para homens. Larissa Mendes, de 26 anos, trabalha como Engenheira de Processos na Alubar, empresa líder na América Latina na fabricação de cabos elétricos de alumínio, uma das maiores do continente na produção de vergalhões de ligas de alumínio e produtora de condutores de cobre. Larissa começou na empresa em 2016 como estagiária e foi efetivada em 2018. De lá para cá, já participou de dois importantes projetos: a instalação do programa de Lean Manufacturing e o desenvolvimento do condutor ACFR Alubar, que possui capacidade de conduzir até 80% mais energia com o mesmo diâmetro dos cabos elétricos de alumínio convencionais.

Larissa Mendes

Em Barcarena, no Pará, ela acompanha as rotinas de produção, levanta dados e informações e desenvolve soluções que aumentam a produtividade ou melhoram a forma de fabricar os produtos da empresa. “Sempre gostei de ciências exatas, então optei pela Engenharia de Produção por acreditar que a carreira iria me proporcionar aliar algo que eu gosto de fazer com um bom potencial de mercado para o futuro. Tive uma boa base na faculdade, mas ainda precisava de experiência e foi aí que, ainda como estagiária, a Alubar abriu as portas para mim”, relembra.

Durante sua formação, a engenheira afirma que já ouviu comentários negativos sobre sua competência pelo simples fato de ser uma mulher na engenharia. No entanto, os preconceitos foram desmistificados com os resultados obtidos ao longo da carreira. “Acredito que isso é porque as pessoas ainda têm em mente que na engenharia desempenhamos papéis braçais, mas não, vai muito além disso: o engenheiro levanta os problemas, pensa, projeta, calcula, analisa dados e então propõe e acompanha a aplicação das ações, monitorando os resultados”, analisa.

A Alubar é signatária do Pacto Global das Nações Unidas e está comprometida com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), dentre os quais está o ODS 5 – Igualdade de Gênero. Larissa observa que a participação feminina nas engenharias vem crescendo de forma geral. “Acredito que isso demonstra que gênero não define competência, somos sim capazes de desempenhar nosso trabalho com comprometimento e dedicação e trazer bons resultados. Fiquei muito feliz em ter sido a primeira mulher no setor de Engenharia de Processos em muitos anos; fiquei mais feliz ainda que, logo em seguida, houveram mais contratações femininas nos setores de engenharia”, celebra a profissional.

Na mina de bauxita da Alcoa em Juruti, no Oeste do Pará, as mulheres vêm conquistando e assumindo posições de destaque nos últimos anos, em funções que antes eram predominantemente masculinas. Rafaela Oliveira é engenheira de Processos e trabalha na Alcoa há cinco anos. Ela é responsável pelo controle dos indicadores, acompanhamento da operação em campo e implementação de melhorias e novos projetos, buscando entregar bauxita cada vez com mais qualidade.

Rafaela Oliveira

Rafaela conta que teve oportunidade de participar e liderar diversos projetos de melhoria para a planta. “Entre eles, destaco a melhoria na gestão de dados e controle de processo da planta, utilizando um novo sistema chamado OsiSoft, e a substituição do sistema de sprays do peneiramento da planta, responsáveis pela lavagem de cerca de 70% do produto lavado. Em ambos os projetos tive a oportunidade de participar desde as etapas iniciais de viabilidade técnica e financeira até a fase de implementação, o que muito contribuiu para meu desenvolvimento”, relata a engenheira.

Júlia Caixeta trabalha há quatro anos na Alcoa. Atualmente ela é supervisora de Manutenção, responsável pelo sistema de controle de processo, desenvolvendo projetos de melhorias de automatização dos equipamentos. Júlia vem participando de importantes projetos dentro da Companhia, que convergem para diversas melhorias industriais.

Júlia Caixeta

“Participei do projeto da LanRefresh, onde foram atualizados todos os dispositivos de rede aumentando a confiabilidade da comunicação dos equipamentos. Estive à frente, também, do projeto de redução de tempo de ciclo e aumento de disponibilidade física do sistema de descarga de vagões e atualmente sou responsável pelo projeto de Controle Avançado de Processos que será implantado na Usina de Classificação para melhorar o desempenho dos equipamentos e a qualidade do produto”, destaca Júlia.

Ambas as colaboradoras refletem uma cultura mais inclusiva da empresa, onde as mulheres têm ocupado cada vez mais lugar de destaque. Atualmente, 31% das colaboradoras da Alcoa estão na liderança e 17% atuam diretamente nas operações. Entre as iniciativas, destaca-se a Rede de Mulheres Alcoa (AWN – Alcoa Women’s Network), rede de mulheres que têm a missão de inspirar, conscientizar e conectar a fim de promover a cultura da inclusão feminina e aprimorar a diversidade de gênero.

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