Em períodos de turbulência, é importante que alguém assuma a situação para que os colaboradores não se abalem em um cenário instável. Os fatores podem ser externos ou internos, mas uma boa liderança em tempos de crise é fundamental para superação das adversidades na organização.
De um modo geral, líderes são pessoas capazes de orientar e influenciar outras pessoas ou grupos, que as reconhecem como tal. Eu prefiro qualificar um pouco mais. Uso um conceito que apreendi no mundo dos negócios, mas que acredito possa ser universalizado. Líder é quem conduz o seu grupo ao resultado esperado, fazendo as coisas do modo certo, sem truques e nem atalhos.
Essa definição foi forjada a partir dos estudos de Jim Collins, professor e pesquisador da Universidade de Stanford. Um dos temas que ele mais valoriza é o papel do líder nas organizações. Para isso, Collins criou categorias de liderança a partir de habilidades como capacidade individual, talento para montar equipe, expertise em administração e aptidão para conduzir seus liderados aos resultados esperados. Ele identificou, por fim, uma qualidade extra que faria esse líder alcançar um nível máximo de excelência. O líder nível mais elevado, segundo Jim Collins, possui todas essas capacidades, e, além disso, tem humildade.
Nesse momento difícil, a nação precisa de um líder que a ajude a caminhar com gravidade, mas sem pânico. As crises são momentos quando se perde a estabilidade, o chão sai de baixo de nossos pés e as referências se esfumam. Crises não podem ser previstas e todo o preparo diz respeito a como agir em um desses momentos, que sucedem para todos, em todas as partes do mundo e em todos os tempos.
Exatamente nas crises os líderes são mais necessários. É o momento que eles aparecem e crescem para organizar, acalmar, estimular, combater o pânico, elevar a atenção, cada coisa na sua hora. Em momentos de crise, os líderes surgem de maneira clara, transparente. Sem discussão. Todo acessório fica inútil e o essencial salta aos olhos.
E o que se esperar de um líder nessa hora?
Primeiro que reconheça a dimensão do problema e com equilíbrio e realismo diga para todos o que está ocorrendo e o que prevê que possa acontecer. Que seja um interlocutor sereno, mas frequente. Espera-se que ele organize sua equipe e prepare os planos para minimizar perdas, acolher os mais desfavorecidos e encontrar mecanismos econômicos para ajudar a manter a capacidade produtiva.
Que ele construa parcerias e alianças. É hora de aumentar as possibilidades de ter acesso a recursos e informações. O líder tem também uma outra responsabilidade, a de olhar além da conjuntura e ver o que nos espera quando tudo isso passar. Que ativos serão necessários e importantes? Que alianças serão estratégicas? Isso deve estar na sua pauta, nas suas preocupações, todos os dias.
Autoria: Nilma Chaves